sábado, 21 de fevereiro de 2009

Cacos de Vidro...

Você já imaginou abrir os olhos e ver tudo de cabeça pra baixo? Pois eh, eu sobrevivi.

Há exatamente um mês atrás no dia 25 de Janeiro de 2009, após um divertido final de semana, jovens viajantes voltavam num carro numa estrada. Era um carro portentoso, negro e robusto. Dentro desse carro os viajantes faziam planos sobre essa dádiva divina que é poder conhecer lugares diferentes e experimentar novos sentimentos.

O dia estava estranho e as nuvens apareciam e sumiam a cada curva da sinuosa e por que não sinistra estrada. O clima era calmo como sempre é um clima de fim de viagem. Saudosas lembranças e anseios de novos caminhos a percorrer, rondavam as cabeças dos jovens viajantes.

Os planos para as viagens eram belos como as paisagens e numerosos como as curvas das estradas. Alguns desses planos já não eram mais planos, eram sonhos por parte de um dos integrantes viajantes.

No caminho entre os planos e as curvas, eram apreciadas boas músicas no radinho que não era de pilha e nem era radinho. A cada cidade que passavam um novo plano, e a cada curva um novo sonho. E assim a jornada continuava com a trilha sonora implacável e suas paisagens tão deslumbrantes.

Nunca imaginaria-se que algo pudesse acontecer. Pensamentos errantes se confundiam com as responsabilidades do dia seguinte. Curva após curva o tédio se aproximava. A alegria de voltar pra casa contagiava os corações dos jovens viajantes misturada com sensação de não poder desbravar novos horizontes, pelo menos não naquele dia.

De repente numa dessas curvas algo diferente ocorreu. Tudo se transformou. O que estava à frente passou a ficar atrás, o que estava do lado direito passou ao esquerdo e o que ficava para cima, ficou para baixo.

De repente o seco ficou molhado, o claro ficou escuro e tédio virou aflição. A alegria virou tritesa e os sonhos, frustações. A calma virou medo e no rosto antes feliz dos jovens viajantes agora corriam lagrimas.

Os segundos pareciam minutos e os minutos pareciam horas. As horas por sua vez pareciam horas mesmo, por que o dia teimava em não acabar. Estavam todos molhados e machucados, mas não sentiam dores nem frio.

A adrenalina estava no seu limite e a música ainda tocava no radio. O mundo estava literalmente de cabeça pra baixo. As primeiras pessoas que passavam pela cabeça dos jovens viajantes eram eles mesmos. Aquele carro que era robusto e portentoso parecia uma caixa de sapato amassada. Cacos de vidro e água se espalhavam por todos os lados.

Por alguns segundos (aqueles mesmo que pareciam minutos) o desespero apareceu como nunca havia aparecido na vida. O motorista viajante pensava algumas vezes que tinha morrido e algumas vezes que tinha matado. Pensava na família e em pessoas queridas. Pensava no amor. Pensava na vida. Pensava em Deus.

Se ELE realmente existe, estava presente naquele momento. Ali ao lado, ELE o fez enxergar algumas coisas que ele deixara passar. Às vezes você acha ver significado nas coisas e elas na verdade tem outros significados, ou vezes não segnificam nada.

Por algums minutos (aqueles mesmo que pareciam horas) os viajantes esperavam separados pelo tempo que teimava em não passar. E as horas não queriam passar, talvez como um sinal de que as horas não devem ser diferentes de horas, os minutos não devem ser diferentes de minutos e o segundos de segundos.

Essa história tem final feliz. Os jovens viajantes estão juntos novamente. Eles planejam e sonham novas viagens. Mas esses viajantes não são mais jovens viajantes. Agora eles são viajantes de primeira viagem, pois eles nasceram de novo!

Não temos que buscar significado pra tudo na vida. Eles vêm até nós!

Bjs suculentos e abraços bem apertados em todos vocês!!!!!

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