terça-feira, 27 de maio de 2008

Noites Mágicas I

Há quase exato um ano, eu e meus amigos corríamos pelas ruas do Rio de Janeiro. A alegria era eminente e a muito não percorria nossos corações daquela maneira. Era madrugada, tínhamos nos reunidos num bar em um bairro não muito nobre (nome pior não haveria), ali próximo as Laranjeiras, para ver algo histórico. Muitos tricolores nos acompanhavam. E dali entoavam ao final do jogo em uma só voz os gritos: É Campeão, É Campeão!!!!!!!!


No dia seguinte o êxtase tomava conta de todos nós. A história havia passado e estávamos todos lá pra ver. A noite foi mal dormida e no dia seguinte no aeroporto "madrugamos" as duas da tarde para ver nossos ídolos chegarem. Eles chegaram e a carreata se formou em direção a Laranjeiras, nosso templo mágico. Lá a festa se estendeu por dias.


A partir dali começamos a fantasiar o que nos esperava pela frente. Era a nossa volta triunfal! Vamos a América!!! Ali ainda não sabíamos nossos adversários. Tínhamos certeza que enfrentaríamos alguns, como realmente veio a acontecer, mas outros foram pura surpresa. Passou-se o tempo e descobrimos que outra vaga conseguiríamos se nessa final algo acontecesse. Descobrimos também nossos adversários aqui do Brasil e a surpresa nos trouxe um arqui-rival daqueles, do nosso próprio jardim.


No início o grupo era o "Grupo da Morte". "Se" passar fica difícil, muitos diziam. Havia altitude, havia argentinos, haviam times desconhecidos que se tornavam fortes do dia pra noite. Na verdade nós é que não éramos tidos como fortes, para os "idiotas da objetividade".


Mas o "sobrenatural" veio para nos ajudar. No primeiro jogo, estávamos longe de nossa pátria, o nervosismo com a volta aquela competição era claro nos rostos de nossos jogadores, que lutavam contra as escassas moléculas de oxigênio. A responsabilidades pesava trinta quilos a mais em cada ombro de cada jogador. Ali ainda os chamávamos de jogadores. O empate veio mostrar que nada seria fácil. Tudo viria com muito suor, sangue e emoção, e não seria apenas dos nossos jogadores.


Na partida seguinte, a noite tão esperada. Vinte e três anos nos separavam daqueles noventa minutos. Dias antes foi preparada a festa. E ela teve que ser aceita na marra (e na lei), por aqueles que queriam impedi-la.


Era pra acontecer. Aquele reencontro parecia o de alguém que não via a mãe a vinte três anos. Todos que entravam pelos túneis do "Maior do Mundo" se emocionavam, o palco não podia ser outro. Antes de começar a partida o time de "jogadores" entra em campo. Mal sabiam eles que naquele exato momento estavam sendo banhados por uma nuvem de um "Pó" estranho. Eu digo pó estranho porque sei que aquilo ali não era apenas "talco". Aquilo era um pó contaminado com as emoções e alegrias de milhares de pessoas que ali representavam milhões de corações. Nesse pó estava contida toda nossa garra, nossa disposição, nossa angústia, nossa alegria e ele que caíra sobre meros jogadores, como mágica os transformou em "craques de bola".


Eu e meus amigos estávamos lá. Nos primeiros momentos ficamos separados. Mas ninguém deu bola pra isso. Em alguns minutos estávamos ganhando o jogo com tranquilidade. Se o jogo fosse normal pararíamos por ali. Se "jogadores" estivessem em campo misericórdia teríamos com nossos adversários, tão temidos e argentinos. Os gols foram saindo e não havia limites, nem para eles nem pra sua beleza. No segundo tempo o melhor estava por vir. E na companhia de meus amigos eu assisti um dos mais belos gols que vi na minha vida. Aquilo era realmente mágico. Outros dois vieram depois. Meia dúzia era o que marcava o placar e a torcida ali via que os seus outrora "jogadores" e agora "CRAQUES" dariam conta do recado.


Fim da primeira parte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mto bom texto! Gostei mesmo. Vc deveria escrever mais vezes. Tem mta coisa boa escondida aí ehm cara...

O jogo contra o fiqueirense em Floripa foi um grande marco pra mim, e ainda mais pro FLU. Acredito fielmente q passaremos pelo Boca, vamos pintar a cara?!!!

Mas acredito tb q o FLU reeencontrou a sua história. Acredito mto no futuro do nosso "mais amado do Brasil" tb. Pela primeira vez temos uma diretoria decente, com um belo patrocínio, com Branco, equipe permanente de preparação e o Vale de Xerém em construção, como ct. Mas mais ainda, temos OPOSIÇÃO. A Flusício é uma oposição profissional e esse jogo democrático vai dar mtos frutos ainda.

ABS e Saudações Tricolores